8 de dezembro de 2011

O tempo passa.



Outro dia encontrei um casal na espera do dentista. Ele, um cara magro e alto no auge de seus mais ou menos 70 anos de idade, ela, uma senhora muito bem vestida, emperequetada mesmo, com colar de bolas vermelhas e sapato de bico arrendondado. Conversamos durante meia hora de espera e eu que assim que eles romperam a porta já tinha feito meu parecer mental sobre o casal, meti-me a fazer o que faço melhor: puxar assunto.

Ela dizia que já havia enterrado 3 maridos, o primeiro ainda aos 19 anos de idade, o último há apenas 6 anos. Contou que cresceu no interior de São Paulo, que sempre teve tudo, família aristocrática, criadora de cavalos, leu muitos livros estrangeiros, teve um único filho que atualmente mora em Nova Yorque. Tem 4 netos, come muta maçã verde,toca trompete, fala 5 idiomas e adora assistir a Oprah.

Perguntei há quanto tempo estavam casados, ela fez o número 4 com as mãos, eu achei que obviamente eram 4 anos, mas nada disso, eram 4 meses! Me espantei!

Perguntei a ele como foi a vida dele, ele limitou-se a dizer:'' Apaixonei-me por ela quando tinha 26 anos e errei a vida inteira procurando-a em outras mulheres,mas aí a vida me sorriu e ela voltou pra mim''.

Eu me calei, pois essa vida, ainda sabe me surpreender.

0 comentários: