28 de agosto de 2010

Gratidão X Amor


Outro dia ao aguardar minha chamada no dentista, como tagarela nata que sou, comecei a papear no consultório por conta de uma música da Marjorie Estiano que lá embalava nossa espera, pois então, na canção ela cantava: ''... Se eu não quero mais você, espera o dia amanhecer e o que tiver de ser será...'' a polêmica se introduziu quando uma moça ( que eu nunca havia visto antes) proclamou aos 4 ventos que queria muito poder viver o que a música propunha. Eu, que não me espanto com reações humanas há muito e confesso que adoro a troca de ideias e ideais perguntei o que se passava. Brevemente ela declarou que estava há 2 anos num relacionamento, que o cara é muito apaixonado e enciumado por ela, que realmente eles começaram a namorar num momento ímpar da trajetória dela, em que se encontrava vunerável, indecisa e insegura, que eram tímidos e amigos e a coisa foi evoluindo até um namoro que se arrasta até então.
Daí Marjorie Estiano solta o refrão: ''... o meu desejo e a sua voz? o que aconteceu?'' Ela bradou um ''tá vendo é isso!'', o que ela queria dizer era que ela já se sentia mais irmã que namorada, mais grata que apaixonada. Isso acontece demais, as pessoas tem um afeto, não que elas desgostem do parceiro, não é algo pequeno assim, é que elas simplesmente não amam com aquele amor de casal mais, amam com um amor de gratidão de '' poxa o outro esteve comigo em minhas crises'', ficam presas a promessas de continuidade feitas numa época mais viva do relacionamento, isso é perigoso e destrutivo, gera um mal estar, uma culpa e um sentimento de cárcere.É preciso ter coragem, dissipar esse medo e findar a situação, não há como não doer, eu não sou psicóloga, nem vidente, mas está claro, é como eu sempre digo, frase minha: A verdade dói na hora,mas a mentira vai doer pra sempre.

26 de agosto de 2010

Just.


É dolorido não poder estar contigo,
mas mais doído é só imaginar...
Como estar contigo dando risadas na queda de uma cachoeira.
Brincar em meio a bolhas de sabão,
Acordar e te ter ao meu lado,
Chutar poças d'água no meio da chuva,
Tirar a sorte pra decidir quem levanta no frio e busca algo.
Prometer tudo diante de um céu estrelado,
Roubar flores de um jardim desconhecido.
Fugir gargalhando de você suado do futebol,
Declamar baixinho no teu ouvido a importância que tens,
e poder simplesmente cuidar de você...

A felicidade não se compra, não se encontra nos medos
que o mundo tenta me vender. O tempo não pode vencer aquilo que não pode ser medido.

E eu já não controlo o sorriso ao perceber a mínima presença tua em meu viver.

Pode ser insano sentir tanta falta de algo qua ainda não se teve, mas mais insano é não assumir essa falta.

Me consola ainda ver a lua surgir gigante no fundo do céu e saber que de onde quer que você esteja, é a mesma, igual lua que você vê.

23 de agosto de 2010

Banho!


Banho pra mim é algo muito, mas muito peculiar, meu ritual, minha tranquilidade, meu momento de sossego.
No banho eu ouço algo que me falta todo o dia: Meu silêncio!
Claro que eu canto, alto e descoordenadamente quando tô feliz lá dentro,ás vezes levo o som pra lá, outras apago a luz e tomo um banho mansinho e resignado pensando e olhando pra cima, como se todos meus pensamentos pudessem ser lavados, purificados, aspergidos e inundados com uma provável solução.
Já sentei no chão me debulhando em lágrimas e sabão em meio a grandes tristezas.
Já dancei em meio a bolhas, cantando que nem louca em comemoração.
Ajoelhei ali mesmo pra agradecer.
Enrolei muito pensando em alguém que estava longe,
Óleos de banho, sabonetes, esponjas, escovas, shampoos, cremes, todos testemunhas oculares do momento mas meu que há.
É.. eu sou fissurada em tomar banho.

19 de agosto de 2010

Moment.


As vezes me pergunto se não estou sendo otimista demais, se tudo que penso, vejo e realizo com tanta energia não é apenas próprio de mim, se cada vez que eu sorrio e vibro causa espanto a maioria das pessoas que afirma que a vida é mais séria e mais dura que tal contentamento.
As vezes... muito as vezes eu tento ser assim tão séria, não que eu seja alienada, não que eu viva num castelo cor de rosa ou numa ilha, num ninho ensolarado. Fito verdadeiramente todas as vertentes que me são despejadas pelo mundo todos os dias, analiso-as, espanto-me com várias, mas não as rumino, simplesmente não as rumino.
As vezes, poucas vezes tento desistir de meus anseios, ignorar meus desejos, subverter minhas metas, ludibriar meu coração.
As vezes me pego parada sorrindo só, com um sorriso de canto que se espalha entre a arcada e invade meus músculos, dourando meu olhar, e é nesses momentos que percebo que não posso desistir, estatizar, nem mesmo as vezes.

18 de agosto de 2010

Água.


Como o Capitalismo tem mudado o jeito de viver das pessoas. Não que eu só tenha notado hoje, não... desde muito antes de eu surgir por aqui. As vezes eu acho que nasci na época errada por conta das coisas nas quais creio, dos valores que carrego. Obviamente a internet e as facilidades cotidianas oriundas da tecnologia me obrigam a discordar veementemente.
Comecemos com o trabalho, dia desses escutei de um amigo uma frase lógica: ''perder a saúde pra ganhar dinheiro e depois perder dinheiro caçando saúde'', uma máxima sapiente ao capitalismo selvagem vestido de globalização e maqueado de mais-valia que nos mastiga rotineiramente.
As pessoas perderam muito do senso até de relacionamento, muitas passam horas na internet,conversam, se abrem, mas são incapazes de um abraço real ou um bom dia habitual. Matam por dinheiro, por prazer, por matar. Buscam um consumo exacerbado, como se a sete palmos houvesse como usufruir omeramente de seus ganhos.
Que saudade do Che, não pela pessoa magnífica que possa ter sido, mas pela imagem benéfica de representação revolucionária e transformadora que foi.
Estamos inseridos, banhados e sujos do lodo capitalista,mas lembrem-se apesar de toda a sujeira que faz, do odor que exala e da repulsa que causa, qualquer lodo por maior que seja pode ser lavado com um simples jato d'água.

17 de agosto de 2010

Uma guerra que você adoraria perder!


Tenho me questionado sobre a minha imprudência, de te tentar, de lhe desejar, querer furtar sempre um pedacinho de ti pra mais perto, insanamente.
Mal acostumada aos caprichos que a vida sempre proporcionou, arrisco as papilas num desgustar almejado!
Pois tudo que outrora se fazia bucólico e redundante, foi-se tão fulgazmente que nem lembro pra que rumo.
A tua lembrança suaviza minha euforia, amansa meus sentidos, educa minhas fantasias.
Sei que tudo que eu disser, como de praxe, poderá ser usado contra mim, mas digo ainda assim. Afinal, de que serve meu talento senão me alia a ti?
Sinto muito, agora você já está aqui, use suas armas, forje seus escudos,ajeite tua milícia, porque seu miocárdio pode estar sem preparo pro meu fronte!

16 de agosto de 2010

Justo e Necessário.


Apoiar é um verbo de conexão obrigatória a um objeto. Quem apoia tá junto, toma posse dos desejos e anseios do outro, reune em si uma vontade saliente d eparticipar e cooperar com o objeto de sua afeição. Uma grande preocupação de quem apoia é estar ciente do que se passa com o objeto de apoio, uma enorme necessidade de quem apoia é de fato exercer tal apoio.
Mães são seres experts em apoiar, amam e apoiam de maneira gradativa e infindável.Nunca se cansam de crer em seus objetos de amor.
Amigos tem como principal realização de função apoiar, seja qual for a situação, ainda que algumas vezes em tese.
Apoio é muito mais que auxílio, apoiar é ser pilar, viga, fundação. Ser baú de segredos, ação nas horas de estática, alimento em larica indesejada, reação desejada, e tudo que é imprevisto!
Se você não apoia ninguém, não há sentido para sorrir em seus dias.

13 de agosto de 2010

Te ver.


Que o cansaço das minhas pernas
um dia possa junto as tuas
relembrar a mocidade
e saudar tudo que fomos e seremos.

Que a minha vontade de ti
não te jogues ao longe,
nem te arrebate no fronte
dessa batalha sem fim.

Que o anseio que eu tenho de que me vejas
com outros olhos,
não te cegue de perceber o quão
puro e forte é esse sentir pra mim.

Que as mais novas esperanças,
me alimentem até espera
do que contigo há de vir.

Que o encontro se dê logo,
que meu sorriso se faça vivo,
ainda que meu susto venha a me punir.

Que possamos nos achar mais.
Que entendamos porque
Que deixemos apenas ser...

12 de agosto de 2010

Deleite.


Como alguém pode sentir saudade de algo que nunca teve?
De alguém que nunca esteve e de uma voz que mal ouviu?
Como conviver com tal ausência presumida?
As vezes tento apenas não me perguntar sobre.
Os dias passando tão rápido,
voando sem curvas.
Não quero deixar que tudo que ainda é quase nada escape por entre os dedos... ou se embole numa comunicação insuficiente.
Eu que sempre fui tão intensa( e não se iluda, ainda o sou)
tenho me acalmado com suas palavras, tenho desejado achá-las diariamente, ainda que por hora só possa vê-las sem escutá-las.
Acalmado, refletido e tropeçado nelas durante meus dias, visto que permeiam meu ser, causam risadas ridículas e agradáveis durante o meu dia e me deixem mais ansiosa pra que se reproduzam hediondamente.
É... fazia tempo que eu não me importava tanto.
Se eu estou encantada? Ora, não seja tolo, este estágio já passou, estou viciada, é vi-ci-a-da! Palavra feia né? é que um viciado não tem limites, nem hora, nem prioridade que sobrepasse seu vício, lhe causa alegria, prazer e contentamento!
Depende intrisecamente dos meios que o levam a satisfação,viciada :D
Rsrsrssr ok, ok, foi meio pesado, mas foi o que me veio a priori a mente, sem maldade alguma.
Me encanta o modo como podes me ver mais que a mim, e me inebria a sede que geras em mim de ti. Vontade sem desespero, pura, doce e fiel vontade, que cheira a novo e traz recortes de sensações boas. Sim, eu tô misturando sim neologismos+ rebuscamento+ tudo que ainda é coloquial.
Mas, mesmo assim tão tropeçante, vacilante e desengonçada, nossa história vai se fazendo, na espera, na constância, no desejo e na alegria de saber que o principal e digno de euforia já aconteceu: Conhecemos nossa existência!

10 de agosto de 2010

Promess


A primeira paixão que a gente tem vem que nem febre, arrasa todo um sistema dito imunológico, acaba com sua vida social, dilascera suas relações parentais e fere suas notas no colégio.
Tinha tempo que não me recordava de como era súbito tal imtemperie. Não que eu esteja com essa patologia toda, mas brota em mim um desejo novo e pertinente que afeta minhas teorias, mas não freia meus princípios.
Me pergunto se minha intenção não fere os ideais de outrem... O que fazer quando se anseia uma presença que já preenche (ainda que não em definitivo)o vazio de outro coração?
Será que estou a desvanear ao acaso?
AH.... a tal paixão da adolescência parece tão mais fácil nesse momento.
Não tenho a intenção de machucar ninguém, tão pouco demolir os sonhos de personagens que inclusive desconheço, contudo minha vida é de promessas, cumpridas e muito bem nutridas por um Deus de amor,que tem me medido, fitado, amado, concedido e aliado. E que te prometeu a mim antes mesmo de tal furor.

9 de agosto de 2010

Crime e Castigo.


Do meu falar já se pode deduzir...
Ainda que rouca,
Minha voz procura
Esconder a docilidade
Dedicada à você.

Ansiedade por contato,
Displicência a cada ato,
Maqueando torpemente os berros contidos neste coração.
Que mal te viu,
Mal te tentou,
Mas que agita,
E ri pelo pouco que encontrou.

Vejo tudo com olhos de novo,
Porque nada é por acaso,
E apesar de ainda parecer tão vago...
Eu sinto que há algo.

Se as tuas dúvidas são como as minhas,
Se o teu penar é como o meu,
Deixemos pra lá o que já não faz sentido,
Abandonemos o que já ocorreu,
Vivamos o novo, vivamos nós.
E que tudo isso pertença a Deus.

4 de agosto de 2010

Se tu olhas, tu cobiças.


O sol já contava com todo seu furor,
O horizonte pairava belo, sereno.
As batidas dos meus passos não previam seu impacto,
Lento, calmo, belo, fascinante.

As toadas do meu peito pareciam me ensurdecer,
Confusa, atei-me a apenas a rir e obedecer.
De onde surgiu tal furor? seria o café tomado? a umidade?
Respostas bailavam desfocadas em meu interior.

Tentei contar com o fracasso certo: não olhar.
Mas essa era a função mór de ali estar.
Sede, suor, funções alteradas, verdade revelada.

A mente sabe que não deve incitar,
O coração insiste em arriscar,os olhos...
Se tu olhas, tu cobiças.