8 de setembro de 2010

''NÃO ME ESCONDO DO MEDO DE NÃO ME REERGUER DO SILÊNCIO DE UMA VIDA SEM VOCÊ''


Lembranças são criaturas ariscas, arredias,
Não querem ser denominadas nem se permitem amansar.
Rondam os corredores do pericárdio buscando espelhos pra se olhar.
Tentam enganar minha razão, fingem ter todo o controle e persuasão.
Permitem repetidas tentativas de enfeitar uma relação.
Exploram, vasculham e curam qualquer arranhão.
Percebem quando tento apagá-las,
Recorrem a todo tipo de artifício,
Cheiros, roupas, toque, canção.
Me tolhem de qualquer desatenção,
Deixam que eu me recorde de seus beijos,
Sua voz,
Sua intenção.
Me arrebatam do mundo real e me empurram o bordão:
''Arrebenta coração''!

7 comentários:

Franco disse...

Como a vida é cruel!

Unknown disse...

Como a vida é cruel!²

Diana disse...

to aqui cheia de lembranças agora :/

Anônimo disse...

Como é possível ser réu e denfesor de si ao mesmo tempo? Sentados estamos no banco dos réus diante de nossas histórias de vida e ao mesmo tempo nos vemos lá, no centro do tribunal, gesticulando, falando sem parar, caminhando de um lado para o outro, argumentando e justificando a mesma vida, a nossa vida, que se encontra cheia de sentimentalismos, carências, prepotências, alegrias, tristezas... As lembranças fazem às vezes do advogado do diabo, com argumentos sutis e bem encaminhados na lógica. Ou seja, simplesmente perfeitos. Sendo assim, como lutar contra argumentos perfeitos?

Como está a defesa?

Nêga!!! disse...

Franco: é complexo...

Di: Nem fala....

Walisson: Que bom que me lês amigo, tens sido muito companheiro nesses dias de conflito e sofrimento.

Anônimo disse...

"Sentado ao pé do fogo eu penso em tudo que eu já vi.. flores do prado, borboletas, veroes que ja vivi...
as teias e as folhas amarelas de outono de outros dias, com nevoa e sol pela manha, no rosto as auras frias...
Sentado ao pé do fogo eu penso no mundo que há de ser, com inverno sem primavera que um dia eu hei de ver, porque há tanta coisa ainda que eu nunca vi de frente, em cada bosque em cada fonte há um verde diferente...
Sentado ao pé do fogo eu penso em gente que se desfez, e em gente que verá o mundo que eu nao verei de vez...
Mas enquanto sentado eu penso em tanta coisa morte.. atento espero pés voltando e vozes junto à porta...
(J R R Tolkien/M R Pericoli)

Nêga!!! disse...

Muito lindo isso! De verdade!